Hemispheres

Data de lançamento
29/10/1978
Gravadora
Rockfield
Músicas e letras

História do álbum Hemispheres


Hemispheres: O alto do Progressivo do Rush

O álbum Hemispheres , lançado em 29 de outubro de 1978, representa o zênite da era progressive rock do Rush. Sexto trabalho de estúdio da banda, ele surgiu apenas um ano após A Farewell to Kings e deu prosseguimento à saga progressiva do grupo. O álbum alcançou a posição #47 na Billboard 200 dos EUA, além de #14 no Reino Unido e Canadá, e foi certificado como disco de platina nos Estados Unidos. Gravado principalmente nos Rockfield Studios, no País de Gales, Hemispheres se apresenta como uma obra densa, simbólica e tecnicamente deslumbrante. Para nós do Portal Rush Brasil que somos grandes fãs da era progressiva do power trio, a banda atingiu o ápice da complexidade.

Contudo, a ambição do disco levou o trio canadense ao limite, resultando no álbum que quase “matou a banda”. A produção de Hemispheres, liderada pelo produtor de longa data Terry Brown (creditado como coprodutor), exigiu um período de gravação e mixagem de quase três meses, em contraste com as quatro ou cinco semanas dos trabalhos anteriores, o que foi um “esforço excessivo” em todos os sentidos. Os padrões de arranjo e performance eram assustadores (daunting). O vocalista Geddy Lee teve que cantar em tonalidades mais altas e com mais força do que nunca, e a banda sentiu que estava “no limite da exaustão física e mental”. Como relembra o documentário Rush: Beyond The Lighted Stage, Geddy admitiu depois que forçou a voz para lugares que “não eram naturais” para ele, enquanto Alex e Neil descrevem o processo como exaustivo e frustrante. O filme reforça que Hemispheres foi o ápice do progressivo, mas também a experiência que convenceu o trio de que precisavam mudar de direção dali em diante… justo… justíssimo!

O álbum, composto por apenas quatro faixas, é dominado pela monumental suíte de lado inteiro, Cygnus X-1 Book II: Hemispheres . Esta suíte, que tem mais de 18 minutos, é a conclusão da história iniciada no álbum anterior, A Farewell to Kings . A composição explora a tensão filosófica entre Apollo (Sabedoria/Razão) e Dionysus (Amor/Paixão), baseada na obra de Friedrich Nietzsche, onde o protagonista, Cygnus, busca o equilíbrio. A complexidade e a abordagem conceitual tornaram o álbum, para muitos, o “quintessencial e mais progressivo álbum” que o Rush já havia feito.

O lado dois de Hemispheres apresenta três canções que funcionaram como um prenúncio da próxima era do Rush. A faixa de abertura do lado B, Circumstances , é um rock compacto e agressivo que Neil Peart descreve como um conto sobre um jovem sobrecarregado pela realidade, buscando refúgio na imaginação. Em seguida, vem The Trees (4:46), um conto peculiar que Peart inicialmente viu como um “desenho animado” e que se tornou uma famosa parábola sobre a “igualdade forçada” e o coletivismo. O álbum é concluído com La Villa Strangiato (An Exercise in Self-Indulgence) , um instrumental de quase dez minutos (9:35), notável por seu virtuosismo e por ser o mais complexo instrumental que a banda havia feito até então.

A recepção crítica inicial de Hemispheres foi mista e ambivalente. O álbum foi elogiado como um alarde de genialidade progressiva, mas também questionado como um “excesso” que beirava o absurdo, com críticos lamentando que a banda tivesse se tornado “muito ambiciosa para o seu próprio bem”. No entanto, o sucesso comercial da banda foi inegável, e a complexidade de composição de Hemispheres continuou a influenciar o trabalho do Rush. O álbum foi um ponto de inflexão, pois, após o trauma da gravação, a banda decidiu que “Hemispheres marcaria o fim de uma era”, pavimentando o caminho para o som mais conciso e voltado para as rádios que caracterizaria Permanent Waves e Moving Pictures .

Fly by night

Caress of Steel

A Farewell to Kings

Permanent Waves

Moving Pictures

Signals

Grace Under Pressure

Power Windows

Hold Your Fire

Presto

Roll the Bones

Counterparts

Test for Echo

Vapor Trails

Snakes & Arrows

Clockwork Angels