Drinking The Milk Of Paradise

Capítulo VI – Drinking The Milk Of Paradise

Lojinha do Portal

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Voltamos em nosso resumo sobre o “Beyond The Lighted Stage” na fase que a banda lança “Hemispheres” em 1978, que é considerado o álbum estruturalmente mais complexo em termos musicais. Vamos ver também a imensa influência que o Rush na vida de grandes nomes do mundo do Rock n Roll e como tudo isso refletiu na família de cada um.

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“As coisas estavam mudando e conseguíamos perceber isso. Estávamos fazendo sucesso na Inglaterra, com músicas que estavam nas paradas de sucesso e foi muito gratificante tocar no Hammersmith Odeon, pois nossos heróis eram rockeiros ingleses e isso nos deu uma tremenda confiança” – afirma Geddy logo no início do capítulo.

Terry Brown, o produtor musical, relembra o período em que foram surgindo novos equipamentos que traziam mais corpulência ao som que a banda desejava: “Neil colocava cada vez mais instrumetos à sua bateria, Lifeson tinha agora mais opções de violões e guitarras acústicas, enquanto Geddy Lee aumentava seu acervo de pedais com os teclados que estavam evoluindo”.

Hemispheres também é marcado pela mudança no visual do trio: “O que nos fez sair daquele período de robe do 2112 foi a turnê com a banda UFO. Eles faziam brincadeiras cruéis com a gente, levantavam cartazes e gozavam de nossas letras. Uma vez colocaram um par de chinelos de pluma no palco esbravejando um apelido que tinham me dado: “Esses chinelos combinam perfeitamente com seu robe, Glee”! Isso foi bom para a gente, porque apesar disso tudo, o mais importante é saber que no final o que realmente importava para a gente era a música”.

Esse álbum foi gravado no País de Gales e foram usados também muitos recursos experimentais, com altíssimo grau de comprometimento de toda a equipe”. Lifeson comenta: “Era maníaco e nossas horas de trabalho iam se estendendo tanto que íamos dormir ao meio-dia para acordar às 19h. Aí tomávamos café e íamos madrugada adentro sem pausa”. Geddy retoma: “tínhamos em mente que conseguiríamos gravar La Villa Strangiatto de uma vez só, mas não foi possível. Acho que foram 11 dias para gravar apenas a faixa base e aí resolvemos que teríamos que fazer em 3 partes”.

Uma dos momentos de destaque nesse capítulo são os comentários apopléticos de grandes nomes do mundo da música sobre “Hemispheres”, principalmente com a música instrumental La Villa Strangiatto:

Kirk Hammet, guitarrista do Metallica: “Fiquei impressionado como o Alex tocava La Villa. Ele ia muito espaçadamente e aos poucos aumentava a intensidade. Achei incrível em termos de dinâmica e fraseado da guitarra principal. Eu vejo o Rush como altos sacerdotes do metal conceitual. Uma grande influência. Enorme!

Vicent Paul Abbot, baterista do Pantera: “La Villa é provavelmente a música mais difícil que eu já aprendi a tocar. Na bateria você tem que dar o máximo para chegar até o final”.

Mike Portnoy, baterista do Dream Theater: “Tocar La Villa era considerado a “marca de qualidade” quando eu era garoto. “OK, sei tocar YYZ, mas você sabe tocar La Villa?

Zakk Wylde: Os riffs na fase inicial do Rush eram mais simples, mas eles vão ficando mais complexos com o passar do tempo. Eu acho que era algo assim: “a gente compôs isso, né? Em que parte da música mesmo que a gente está??

Jimmy Chamberling, baterista do Smashing Pumpkins: “Se conseguisse aprender as músicas do Rush era o ponto de partida para tudo que precisaria fazer, ou seja, você poderia tocar praticamente qualquer coisa”.

Black Jack – Tenacious D: “Assustadoramente preciso. Tudo estava no lugar certo. Aposto que se você entrasse em um computador, Neil Peart estaria na batida de um átomo”. É a sensação que tenho quando coloco um headfone e penso “Caramba, ele não parece ser um ser humano”.

Tim Commerford, baixista do Rage Against the Machine: “Geddy Lee ainda é meu baixista preferido. O cara detona no baixo, também canta e toca teclado com as mãos e com os pés. E ele movia bastante o microfone com o nariz… ele conseguiu mesmo um modo de como usá-lo. Viva o nariz dele!

O vídeo retorna para os integrantes do Rush reconhecendo que tinham criado um álbum divisor de águas na história da música e que houve muito desgaste inclusive na vida familiar por conta disso. Geddy ratifica: “tínhamos composto um material que estava além de nós, considerando nosso nível de musicalidade na época. Era essa a marca do Rush, ir além do que se espera, mas estávamos exaustos e eu lembro que chegamos a fazer 17 shows seguidos sem pausa. Não estávamos cuidando de nós mesmos e nos tornando estúpidos.

 O “Professor” Neil diz: “Sabíamos que estávamos exagerando e concordamos em 1978 que não faríamos outro disco com a carga pesada de Hemispheres. Era o fim de uma era, de uma epopeia. Lifeson relembra: Todos nós nos valorizamos em sermos caras bem normais. Eu casei cedo, construí uma família cedo e era a coisa mais importante na minha vida”.

Geddy então conclui: “Comecei a ficar alienado da minha esposa. Começamos a ter filhos e a partir do momento que eles aparecem na sua vida é impossível ser egoísta. Se continuássemos daquele jeito, teríamos nos destruído e o peso do Hemispheres fez com que a gente buscasse outro tipo de som a partir de então. Foi então que partimos de Hemispheres direto para Spirit of Radio”.

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