Taylor Hawkins dissertou sobre seu amor por álbum preferido do Rush

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Ex-baterista do Foo Fighters em entrevista de 2021 abriu seu coração sobre álbum do power-trio canadense.

Autor: André Garcia

Taylor Hawkins, saudoso baterista do Foo Fighters, era conhecido por ser um grande fã do Rush. Seu álbum favorito foi resultado de um das mais decisivas transições do trio canadense.  

O Rush surgiu tocando um hard rock maldosamente taxado como imitações de Led Zeppelin, mas entre “Caress of Steel” (1975) e “Hemispheres” (1978) eles mergulharam no rock progressivo. “Permanent Waves” marcou o começo de uma guinada para uma sonoridade mais new wave, mais acessível às rádios, mais simples. 

À Classic Rock, em 2021 Taylor Hawkins escreveu uma verdadeira declaração de amor a esse álbum:

“Não me liguei em ‘Permanent Waves’ no lançamento, em 1980, porque eu era muito jovem. Eu morava em Laguna Beach, na Califórnia, por volta de 1982, quando realmente comecei a me interessar por música, e era new wave o que estava na moda. Bandas como Rush e Led Zeppelin definitivamente não eram legais! Se você tinha cabelo comprido e curtia rock pesado, você era definitivamente um nerd. Rush e The Police eram as minhas duas bandas favoritas na época, mas eu meio que tinha que esconder meus álbuns do Rush…”

“The Spirit Of Radio” realmente mudou muito a percepção das pessoas sobre o Rush — foi um grande sucesso nas rádios e eu adoro que seja desavergonhadamente uma ótima música pop. Eu ainda absolutamente não entendo a introdução, a assinatura de tempo ou como ela é contada. Já tentei entender diminuindo a velocidade da música, mas está fora dos parâmetros das coisas que eu faço. Mesmo assim, posso ligar qualquer estação de classic rock e ouvir ‘The Spirit Of Radio’. Quantas bandas conseguem fazer algo tão estranho e interessante e ainda assim torná-lo totalmente compreensível para um não músico? O Rush mostrou que podia ‘ferrar’ os músicos e ainda fazer ótimas músicas pop!”

“Eles estavam começando a se afastar um pouco da pegada ‘dungeons and dragons’ e simplificar a composição, lidando com coisas mais realistas — justamente o que amei neste álbum. Tanto Rush quanto Queen foram capazes de se adaptar aos tempos; os discos que lançaram quando a new wave estava na moda são alguns dos meus álbuns favoritos deles. ‘In Through The Out Door’ é um dos meus álbuns favoritos do Led Zeppelin, e ‘Permanent Waves’ é um dos meus álbuns favoritos do Rush.”

“No entanto, não é como se eles estivessem abandonando suas raízes progressivas completamente.Tanto que ‘Natural Science’ é a faixa que mais gosto no álbum, e é muito mais como o Rush das antigas: mais de nove minutos de duração, e dividida em três partes. Tem uma bateria insana no meio dessa música e é meio complicada; mas, ao mesmo tempo, acessível para mim.”

“Então sim, eu amo Permanent Waves, inclusive a capa com a garota em frente a todos os destroços. É tão a cara do Rush! Embora eu tenha que admitir que fiquei um pouco desapontado que o tradicional logotipo do homem nu não veio na frente. Isso é algo que eles precisam resolver no futuro, na minha opinião. Tragam de volta o homem nu!”

A fase progressiva do Rush fez história no gênero, mas começou com o pé esquerdo: “Caress of Steel” — hoje adorado — na época teve vendas decepcionantes, e foi tão mal recebido que quase acabou com a banda. 

“Tudo deu uma guinada terrível para baixo”, relembrou Neil Peart no documentário Rush: Beyond de Lighted Stage. “Nós caímos da crista da onda porque nós estávamos tão apaixonados pelo que tínhamos feito. Estávamos tão envolvidos, tão orgulhosos… Como praticamente ninguém ouviu ‘Caress of Steel’, na turnê de promoção tivemos que fazer abertura em turnês menores e tocar em clubes insignificantes. Na época chamamos ela de ‘Turnê Ladeira Abaixo’.”

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