Rush

Data de lançamento
18/03/1974
Gravadora
Mercury Records
Músicas e letras

História do álbum Rush

A história do Rush, antes mesmo do álbum de estreia de 1974, é uma narrativa de persistência, que começou com os amigos de escola e filhos de imigrantes do Leste Europeu: Alex Zivojinovic e Gershon Eliezer Weinrib – Sim: Alex Lifeson e Geddy Lee.

A banda foi formada originalmente em 1968, começando como uma cover band de blues rock que tocava em pequenos bares e ginásios escolares de Toronto, influenciados principalmente por: Led Zeppelin, The Who, Cream, Jeff Beck Group e Yardbirds. Inicialmente, o trio contava com Alex, o baterista John Rutsey (colega de Alex na escola) e o cantor e baixista Jeff Jones.

Os Primeiros Dias de Mutação

O primeiro show pago como “Rush” ocorreu em setembro de 1968, no Coff-in, o porão da Igreja Anglicana St. Theodore of Canterbury. Jeff Jones teria a distinção de ser o único baixista além de Geddy a tocar na banda. Contudo, esse foi o primeiro e último show de Jones que deixou o grupo de uma hora. Alex convida emergencialmente seu amigo de colégio Geddy Lee para preencher a vaga de Jones, que teve apenas duas horas para realizar os ensaios. Antes da formação oficial, Alex e John também haviam tocado na banda The Projection, que incluía Al Grandy no baixo, irmão do futuro roadie Ian Grandy. Por um breve período em 1969, a banda mudou o nome para Hadrian e chegou a ter a inclusão de Joe Perna no baixo e Lindy Young nos teclados/guitarra rítmica. Geddy foi temporariamente expulso nessa fase pelo empresário Ray Danniels, but retornou em setembro de 1969.

O Berço do Rock: A Garagem dos Grandy

A fundação do som cru e pesado que o Rush de 1974 apresentaria foi forjada durante anos de ensaios incessantes. No início de tudo, os pais do baixista de uma formação anterior, Sr. e Sra. G. Grandy, mereceram agradecimentos especiais nas notas de encarte da edição original canadense.

Ian Grandy, o primeiro roadie da banda, detalhou que o grupo costumava ensaiar na garagem dos seus pais. A banda, para encaixar seu equipamento, obrigava os pais de Grandy a deixar o carro da família do lado de fora, debaixo da neve, e é por isso que diante de tanta hospitalidade e sacrifício, os pais de Ian Grandy foram lembradas na capa do primeiro álbum com uma menção de destaque na história não oficial da banda.

Com o empresário Ray Danniels (que era um adolescente de 17 anos na época) e seu parceiro Vic Wilson (SRO Productions), a banda se tornou um power trio que finalmente conseguiu gravar seu álbum de estreia em 1973. As sessões foram realizadas em turnos noturnos, conhecidos como graveyard shift, algo que poderia ser traduzido como: “turnos de cemitério” nos estúdios Eastern Sound e Toronto Sound Studios, para reduzir os custos da banda. No entanto, o resultado ficou bem abaixo do esperado, e insatisfeitos com a mixagem inicial de David Stock, que Geddy Lee considerou “atrofiada”, Danniels concordou em financiar uma remixagem. Essa decisão levou à parceria com Terry Brown, que se tornaria uma figura seminal e frequentemente referida como “o quarto membro da banda”, produzindo oito álbuns subsequentes.

O álbum, lançado no Canadá pela Moon Records (selo próprio) em 1º de março de 1974, tinha o potencial de ser apenas uma relíquia local. Contudo o promotor de discos da A&M do Canadá – Bob Roper – enviou uma fita (e um bilhete) da banda Rush para Donna Halper, DJ da rádio WMMS em Cleveland nos Estados Unidos.

“Nossa gravadora recusou, mas acho que é um bom disco para Cleveland. Me diga o que você acha dele.” – Bob Roper.

Donna escolheu tocar a faixa de encerramento, “Working Man”, e imediatamente os ouvintes ligavam freneticamente, convencidos de que a música era um novo single do Led Zeppelin, e essa reação catapultou o Rush para um contrato com a Mercury Records.

A Partida de John Rutsey

O álbum Rush é o único registro de estúdio a apresentar a performance do baterista original, John Rutsey, cuja bateria é descrita como rock sólido. No entanto, com a perspectiva de uma turnê implacável pelos EUA, o trio original se desfez no verão de 1974.

A saída de Rutsey foi multifacetada. Em primeiro lugar, havia o desejo de Geddy Lee e Alex Lifeson de levar a música para um território mais progressivo, influenciados por bandas como Yes e Genesis. Rutsey, por sua vez, era descrito como um “cara de ‘Bad Company de compasso 4/4”, ou seja, um som mais simplista. Geddy Lee lembrou que Rutsey não se interessou em tocar uma peça que havia escrito em compasso 7/8 que seria incorporada à futura “Anthem”.

Rutsey era diabético e estava “festejando um pouco mais do que devia” de acordo com a literatura que trata sobre a história da banda. O ritmo de turnê era arriscado para uma pessoa saudável, e Geddy Lee chegou a confessar que temia que Rutsey pudesse estar se matando. Ainda que o documentário Beyond the Lighted Stage tenha focado principalmente na saúde debilitada de Rutsey (que veio a falecer em 2008), Ian Grandy, o primeiro roadie, foi bem categórico de que John foi demitido observando que a bateria de John “escorregava” , ou “slipping” caso você opte pela palavra que ele usou.

A chegada de Neil Peart

Com a turnê americana marcada para começar em apenas duas semanas, Alex e Geddy precisavam de um substituto desesperadamente. Audicionaram vários bateristas, sendo Neil Peart 5 o terceiro candidato. Neil, vindo de St. Catharines, chegou para a audição em 29 de julho de 1974—dia do 21º aniversário de Geddy—em um Ford Pinto (Ford Corcel no Brasil) emprestado de sua mãe, com sua bateria guardada em sacos de lixo. Alex e Geddy, com seus longos cabelos, calças de veludo e sapatos plataforma, acharam Neil “meio abobalhado” e que ele não era “nem de longe descolado o suficiente para estar no Rush.”

Mas a primeira impressão se desfez quando Peart começou a tocar. Lifeson disse que parecia estar diante de Keith Moon e John Bonham ao mesmo tempo. Peart demonstrou sua versatilidade, e seu talento como um baterista absurdamente técnico, e logo expressou sua disposição em escrever as letras, o que imediatamente convenceu a todos da banda. A chegada de Neil, apenas duas semanas antes da turnê americana, marcou o início da formação clássica e a transformação radical da banda.

Fly by night

Caress of Steel

A Farewell to Kings

Hemispheres

Permanent Waves

Moving Pictures

Signals

Grace Under Pressure

Power Windows

Hold Your Fire

Presto

Roll the Bones

Counterparts

Test for Echo

Vapor Trails

Snakes & Arrows

Clockwork Angels