Rush compartilha as histórias por trás de suas canções icônicas

Rush compartilha as histórias por trás de suas canções icônicas

Lojinha do Portal

Por Eric Renner Brown – Entertainment Weekly

Tradução: Leo Skinner da banda Chorus

Os heróis do rock progressivo, Rush, celebraram o aniversário de 40 anos de sua formação nesse ano, embarcando numa turnê épica onde eles realizaram shows que cobriam toda a sua carreira e embalados com canções de toda a sua enorme discografia. Enquanto essas apresentações foram as últimas até um futuro próximo — “Os dias das longas turnês provavelmente acabaram”, conta Geddy – ao igualarem o repertório com raridades e hits, criaram um dos shows mais memoráveis que a banda já tocou em anos.

“Foi ótimo tocá-las”, diz Lee sobre revisitar as canções mais antigas. “Você se coloca de volta no estado de espírito que estava quando as escreveu. Embora seja muito tempo depois, você as toca melhor, pois você é um músico melhor. Tem ainda mais intensidade.”

O Rush filmou seus shows enormes – sequenciados em ordem cronológica reversa para amplificar o sentimento nostálgico – no R40 Live, lançado dia vinte de novembro, feitos a partir de duas paradas na cidade natal da banda de Toronto. Lee e Lifeson sentaram-se com a EW para compartilhar histórias por trás de algumas de suas canções, que vão desde o sucesso inesperado de Tom Sawyer até a obscura Losing It de 1982

Headlong Flight (2012)

Geddy: Essa nasceu de um punhado de jam sessions. Nossa intenção original era para que ela fosse uma instrumental.

Alex: Eu estava com minha guitarra afinada em Mi Maior, porque estávamos apenas bagunçando, tentando coisas diferentes. A jam começou com um tom meio blues e se desenvolveu até isso.

Geddy: Quando você tem uma longa carreira não tem problema se pegar emprestado de você mesmo, porque meio que isso é o que é “estilo”. Mas você tem que fazer isso de uma maneira inovadora, que traga algo completamente novo. Particularmente tenho muito orgulho dessa canção, acho que é uma das melhores que já fizemos.

Roll the Bones (1991)

Geddy: Estávamos procurando por algo que fosse diferente e tentando encontrar uma vibe meio funk — sabe, uma vibe do funk canadense, não uma verdadeira vibe funk. Depois Neil chegou com esse rap louco que havia escrito, que era muito angular e não muito parecido de fato com um rap.

Alex: Não queríamos que fosse brega. Conversamos sobre trazer mais uma pessoa para fazer esse rap, um rapper legitimo da época.

Geddy: Procuramos por comediantes, por apenas diversão. Pensamos em John Cleese em certo ponto. No final, nenhuma das ideias pegou e decidimos modificar minha voz eletronicamente, comigo fazendo o rap, mas soando meio como um ciborgue. Quando percebemos, algumas estações de rock não a tocavam por que tinham um rap no meio. Não há nada de um rap nessa canção.

Alex: Era um exercício de rima.

Geddy: Neil procurou algumas coisas de Rap que circulava na época, e acho que mais do que tudo ele adorou a ideia de poesia das ruas, a qual foi de onde realmente o rap nasceu. Ele só estava se divertindo com a sua própria versão.

Losing It (1982)

Alex: Ela se encaixa na ideia temática do Signals

Geddy : Neil tinha essa letra sobre o quão difícil é quando alguém que estava em sua melhor forma começa a perder suas habilidades. Então escrevemos essa canção melódica e melancólica.

Alex: Ben Mink estava no estúdio conosco. Estávamos apenas improvisando, tocando versos natalinos e coisas do tipo.

Geddy: Ben mergulhou de cabeça. Ele toca violino elétrico da mesma forma que o Jeff Beck toca guitarra.

Alex: Eu sugeri tocá-la, e os caras abraçaram a ideia. Nós nunca a tocamos ao vivo e essa era uma ocasião muito particular. Nós queríamos manter o show agitado, e essa era uma canção mais calma, mais silencioso.

Geddy: Desde que saímos em turnê com um conjunto de cordas no ano passado, a ideia de trazer uma pessoa extra no palco “não era mais estrangeira”.

Alex: Os fãs amaram. A melhor coisa de se tocar ao vivo é que você nunca sabe o que vai acontecer. Você espera chegar até o fim sem nenhum problema técnico. É emocionante fugir um pouco da rotina rígida, o material ensaiado que normalmente fazemos.

Tom Sawyer (1981)

Geddy: Tivemos algumas dúvidas se ela deveria mesmo ir para o álbum, em algum momento, pois tivemos problemas com ela por muito tempo. Paul Northfield chegou com uma forma estranha de microfonar o amplificador do Alex e criou um ambiente super interessante.

Alex: Então a canção ganhou vida !

Geddy: Foi aí onde a música decolou. Sempre tem uma música que te deixa louco, e essa foi a do Moving Pictures. Eu nunca pensei que ela seria a música mais popular que escreveríamos.

Alex: É uma música peculiar. Foi muito difícil fazer com que soasse bem – mas no final, claramente conseguimos.

YYZ (1981)

Geddy: Eu e o Neil começamos a improvisar e ele começou com esse ritmo em código morse, e eu acabei escrevendo todo o esqueleto da música no baixo e bateria. Então o Alex adicionou suas partes e a coisa explodiu.

Alex:  O código Morse surgiu de um voo de volta à Toronto. Eu tinha um amigo que nos colocou num Piper Aztec, um pequeno avião de seis acentos. O notificador de código morse de Toronto é YYZ. Nós estávamos ouvindo ele, então Geddy ou Neil comentaram o ritmo do código, o quão legal seria.

Closer to the Heart (1977)

Geddy: As letras tinham um ótimo sentimento e pareciam pedir uma abordagem mais ponderada, menos agressiva

Alex: Nós dois escrevemos ela em violões – esses álbuns do início, era o que usávamos.

Geddy: Estávamos sempre na estrada, então sempre acabávamos escrevendo no quarto de um hotel de merda ou no banco de trás do carro. Nós fazíamos um show e às vezes voltávamos até o hotel onde a atração principal estava, e apenas tocávamos.

Alex: Muito do Fly By Night foi escrito no banco de tras de uma caminhonete que tivemos.

Geddy: Se você sentar com um violão e tocar com força, ele ganha um peso, que fica implícito. Quando você está plugado num amplificador, você toca pra c*+* com o amplificador pra sempre e isso te distrai do que você realmente estava tentando fazer, que era apenas compor. Então compor em violões simplifica e mantém você conectado ao processo de composição;

2112 (1976)

Geddy: Pensávamos que éramos muito espertos. O Rush não poderia fazer isso agora, porque não estamos munidos da mesma inocência. Aquela inocência que te faz ser um pouco mais audacioso — e ótimas obras de arte nascem da audácia. Quando você escreve um livro de ficção cientifica não há regras. Você pode fazer qualquer merda que quiser. A mesma coisa aconteceu conosco musicalmente. Você pode usar qualquer tipo de sons e tudo pode ser racionalizado para a história que você está contando, que é definida por um espaço de tempo continuo.

Alex: Essa foi logo após Caress of Steel, o qual não teve muito sucesso comercial, então todos estavam nos observando. Todos estavam meio tristes, havia muita pressão sobre nós para fazermos um tipo de álbum de rock diferente.

Geddy: Quando fomos contratados, as pessoas esperavam que nós fossemos o próximo Humble Pie ou o próximo Bad Company. Essas eram bandas que eram enormes na época. Pensaram que nós iriamos ser outra desse tipo. Então começamos a fumar um monte de óleo de raxixe e fomos a um direção oposta. TE PEGAMOS!

Anthem (1975)

Geddy: Anthem é uma canção que escrevemos quando John Rutsey ainda estava na banda, pelo menos sua introdução. John não gostava dela. Ele não conseguir tocar, pois era em sete por oito. Estávamos começando a ser mais aventureiros e ele era um cara simples do rock and roll. Quando Neil chegou para a sua audição, depois que o John saiu da banda, nós brincamos com ela — e ele detonou! Foi quando eu soube, esse é o nosso cara. Nós o convencemos a escrever as letras — ele nunca havia tentado isso antes — e algumas frases eram tão detalhadas e difíceis de cantar. Isso automaticamente nos levou para uma direção diferente, a qual a gravadora ficou surpresa, e eu acho que também ficamos.

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