A História do Portal Rush Brasil

Lojinha do Portal

“Esse tal de Rush vai tocar no boliche aqui da cidade”? Foi assim que eu respondi quando um colega me convidou para ir ao Rio de Janeiro no show do Rush, que ocorreria justamente no dia do meu aniversário, em 23 de novembro de 2002. Eu não fui, e isso certamente figura no maior arrependimento que já tive. 

O power trio entrou em minha vida somente em 2004, quando dois amigos me descreveram a imensa emoção de estarem presentes no show da banda. Um deles me emprestou o DVD Rush in Rio, e após assistir 40 mil fãs ensandecidos, aos pulos-mil no maior estádio de futebol do país, entendi que a banda não caberia num estabelecimento nas proporções de um boliche. 

O guitarrista desenhava o som, por assim dizer, o baterista tocava absurdamente no ápice da precisão, e um só cara tocava baixo, teclado e cantava com uma voz estridente e linda. Três caras!, e você tinha a percepção nítida e cristalina que pela qualidade da música, deveria haver ao menos dez no palco. Após assistir e reassistir e não conseguir parar de assistir, julguei que poderia ser a expressão juvenil dos meus 23 anos, mas a verdade era que de fato algo havia mudado na minha vida, precisamente no solo de guitarra de “Earthshine”, eu me dei conta: eu sou um fã do Rush.

Nos próximos anos, conversar a respeito das letras, das músicas, da proposta, ou como gosto de dizer, da filosofia do Rush foi uma tônica estabelecida para mim. Baixei MP3s (velho isso, não?), entrei em comunidades no Orkut (mais velho ainda), fui atrás de referências e informação sobre a banda. É possível que eu possa ter passado pela tietagem em algum momento, na verdade não me recordo bem, mas o fato objetivo era que o conteúdo era o essencial, e se há algo que há no Rush é a essência sem casca. 

Minha maior referência de informações sobre a banda foi o rushfaclube.blogspot.com, do Vagner Cruz, que posteriormente se tornou meu amigo. Ele traduziu as letras de todos os álbuns, e atualizava o blog com frequência, isso na época em que “a internet era mato”, em que trabalho de averiguação de fonte era bem mais difícil. Primoroso, é esse o melhor adjetivo do trabalho do Vagner.

Expressar esse amor pelo Rush tem lá seus perigos, lembro de um episódio quando trabalhei como personagem nos parques da Disney na Flórida em 2005 (o melhor trabalho do Mundo). Eu atuei como 08 personagens, principalmente como o Pateta. A Disney é bastante rigorosa, há protocolos a serem seguidos em relação às características de cada personagem. Por padrão, devemos assinar “Goofy Luvs you”. Pois bem, lembro de eu estar trabalhando como Pateta num restaurante do Animal Kingdom, e um cliente que trajava a camisa do álbum R30, me solicitou um autógrafo. Eu peguei o caderninho e assinei “Goofy Lee Luvs You” e comecei a imitar que estava tocando baixo, o melhor “air bass” do Rush já tocado na Disney. O cliente simplesmente abriu um imenso sorriso e celebrou: “YEAH, Rush! Goofy Lee. Muito obrigado!”.

Foi demais!

Vou dar um salto até 2010, quando a banda anunciou que viria ao Brasil pela segunda vez na turnê Time Machine (máquina do tempo). Veio como um raio na minha cabeça a ideia de criar uma paródia com a temática da turnê usando “De Volta para o Futuro” como base. Fiquei dentro de casa por um mês, e no fim, lancei “2112 – Back to The Future”. 

Tive problemas no alcance da divulgação com o Youtube que não autorizava a publicação por conta dos direitos autorais, mas postei em outra plataforma e o vídeo foi bem recebido pelos fãs. Tão bem, que o material chegou nas mãos da MTV que me fez o convite oficial para cobrir o show em São Paulo. Estava realizado! As camisas do meu trabalho foram divulgadas em outros veículos, até mesmo na ESPN, num programa que misturava futebol com música. Assistir ao show do Rush no Brasil com meus amigos foi uma das melhores experiências que tive em vida.

Continuei criando conteúdo sobre a banda nos últimos anos, conheci pessoas incríveis, conheci muitas bandas covers brasileiras a quem sempre fiz questão de abrir espaço para divulgação. Fiz entrevistas com nomes conhecidos, e enfim consigo um site novo para acoplar todo esse material criativo e filosófico sobre o Rush.

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