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Veja a nova versão:
Rush: O início
Antes das epopeias conceituais e das assinaturas de tempo impossíveis com a formação clássica, um trio canadense de rock promissor lançou o álbum de estreia autointitulado Rush em 1974 com: Alex Lifeson, John Rutsey e Geddy Lee.
A gravação, realizada no Toronto Sound Studios, foi marcada pela determinação de uma banda que conhecia seu som melhor do que ninguém. Insatisfeitos com a mixagem inicial, Geddy Lee e Alex Lifeson buscaram o produtor Terry Brown, que além de remixar o material, abriu espaço para que a banda regravasse seções e adicionasse novas canções. Essa parceria, iniciada na urgência de corrigir um trabalho de estreia, se tornaria uma das mais frutíferas da história do rock, definindo a sonoridade do Rush por quase uma década.
Lançado de forma independente pelo selo próprio Moon Records, o álbum poderia ter se tornado apenas uma relíquia local. No entanto, o destino interveio através das ondas do rádio. Em Cleveland, Ohio, a DJ Donna Halper, da estação WMMS, apostou na faixa de encerramento, “Working Man”, e a adicionou à sua programação. O resultado foi uma avalanche. A cidade, um coração industrial da América, se identificou instantaneamente com o riff pesado e a letra que ecoava sua rotina. As linhas telefônicas da rádio não paravam, com ouvintes exigindo saber quem era aquela nova banda inglesa, seria um novo disco do Led Zeppelin?
Um bom disco de rock
Musicalmente, o álbum é uma aula de rock setentista. A influência do Led Zeppelin é inegável, especialmente nos vocais agudos e cortantes de Geddy Lee — que evocam um Robert Plant ainda mais selvagem — e nos riffs monumentais de Alex Lifeson. Canções como “Finding My Way” e “What You’re Doing” são movidas pela guitarra, com um peso e uma crueza que estabeleceram o poder do formato de trio. Faixas como a balada “Here Again” e a dinâmica “Before and After” já sugeriam uma sofisticação melódica que a banda exploraria no futuro, mas o foco aqui era a força bruta.
É impossível discutir este álbum sem exaltar seu hino, “Working Man”. O riff monolítico e seu solo épico capturaram o espírito da classe trabalhadora, oferecendo uma trilha sonora para o esforço diário. Era a prova de que, por trás da complexidade que viria, o Rush possuía uma habilidade inata de se conectar com o ouvinte em um nível primal e visceral. Este também é (felizmente sem demagogia) o único registro com o baterista original, John Rutsey. Contudo, sua saída por motivos de saúde e por divergências com os demais integrantes, no verão de 1974, abriu as portas para a chegada do tímido e intelectual Neil Peart. A chegada do “Professor” apenas duas semanas antes da primeira grande turnê americana não apenas salvou a banda, mas a transformou para sempre, trazendo uma técnica percussiva revolucionária e, crucialmente, a caneta que escreveria as futuras sagas líricas.
Atingindo a modesta posição de nº 105 na Billboard, Rush não foi um sucesso estrondoso, mas foi o bastante. Vendeu o suficiente para garantir um contrato com uma grande gravadora e, mais importante, para colocar a banda na estrada. É bem honesto de nossa parte afirmar que foi o fim de uma era e, ao mesmo tempo, o início de tudo. É o som de três jovens músicos canadenses relutantes ao convencionalismo, e abertos para se tornarem o maior power trio da historia do rock.